sábado, 13 de fevereiro de 2016

Lagrimas de Pérola



Oh Pérola, coitada
que tuas lagrimas prateadas
rolavam lindas, desenfreadas pela alva face

Oh Pérola, descuidada
sozinha entre as arvores, escura
com olhos suplicando por uma cura, um alivio, um disfarce

Oh Pérola, mal amparada
se abraçando e tremendo hesitante
procurando nos lados, a todo instante por uma lembrança que a abrace

Oh Pérola, desabrigada
o eterno gosto de sangue na boca
pois nada passa pela garganta rouca, nem um sussurro que a desafogasse

Oh Pérola, desesperada
a espera te remoendo de forma cortante
mas permanecia ali, frágil mas constante,como se não houvesse nada que a ameace

Oh Pérola, bemventurada
por esperar por palavras ásperas de cabeça erguida
não importa o quanto se sentia ferida, ficava para resolver o que mais a machucasse

Pérola querida, toma o exemplo do teu nome, como o grão de areia que entrou na ostra, e por tempos inimagináveis a torturou, com o tempo se cicatrizou com mais e mais camadas da mais dor formou uma inimaginavelmente bela pérola


(e, prateada, escura e hesitante/saiu da boca rouca e cortante... um choro ferido de amor)

Nenhum comentário:

Postar um comentário