Oh Pérola, coitada
que tuas lagrimas prateadas
rolavam lindas, desenfreadas pela alva face
Oh Pérola, descuidada
sozinha entre as arvores, escura
com olhos suplicando por uma cura, um alivio,
um disfarce
Oh Pérola, mal amparada
se abraçando e tremendo hesitante
procurando nos lados, a todo instante por uma
lembrança que a abrace
Oh Pérola, desabrigada
o eterno gosto de sangue na boca
pois nada passa pela garganta rouca, nem um
sussurro que a desafogasse
Oh Pérola, desesperada
a espera te remoendo de forma cortante
mas permanecia ali, frágil mas constante,como
se não houvesse nada que a ameace
Oh Pérola, bemventurada
por esperar por palavras ásperas de cabeça
erguida
não importa o quanto se sentia ferida, ficava
para resolver o que mais a machucasse
Pérola querida, toma o exemplo do teu nome,
como o grão de areia que entrou na ostra, e por tempos inimagináveis a
torturou, com o tempo se cicatrizou com mais e mais camadas da mais dor formou
uma inimaginavelmente bela pérola
(e, prateada, escura e hesitante/saiu da boca
rouca e cortante... um choro ferido de amor)
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