sábado, 13 de fevereiro de 2016

do desespero (alheio)



Criança minha! Que som triste
os ecos do teu coração
Quanta magoa pulsante
daquela tristeza pura
e de olhar distante
mirando algo invisível
para mim,
 para todos
incapazes de imaginar
tua sombria emoção

queria eu
abraçar-te por inteiro
e espremer cada lagrima
amarga
cheia de ternura e desespero

busco em minha mente
qualquer coisa
que me sirva tão somente
para espantar essa dor
que te assola
Mas minhas palavras - antes espada e escudo de aço -
agora
me falham feito bexigas de palhaço
em uma festa infantil e sem graça.

Queria eu
jogar-te no chuveiro
esfregar de tua alma
toda a lama
e então
secar-te com todo zelo.

Enfim calo
pouco a pouco
morro e mato
resignado a sentir
minha impotente frustração
Paro
e observo
enquanto aflora e vaza tua dor
ofereço
 meu silencio,
meu respeito
e meu amor
ou uma canção de ninar desafinada
na esperança tola
que tu possas finalmente dormir aliviada,
e acordar num mundo melhor

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