Criança minha! Que som triste
os ecos do teu coração
Quanta magoa pulsante
daquela tristeza pura
e de olhar distante
mirando algo invisível
para mim,
para
todos
incapazes de imaginar
tua sombria emoção
queria eu
abraçar-te por inteiro
e espremer cada lagrima
amarga
cheia de ternura e desespero
busco em minha mente
qualquer coisa
que me sirva tão somente
para espantar essa dor
que te assola
Mas minhas palavras - antes espada e escudo de
aço -
agora
me falham feito bexigas de palhaço
em uma festa infantil e sem graça.
Queria eu
jogar-te no chuveiro
esfregar de tua alma
toda a lama
e então
secar-te com todo zelo.
Enfim calo
pouco a pouco
morro e mato
resignado a sentir
minha impotente frustração
Paro
e observo
enquanto aflora e vaza tua dor
ofereço
meu
silencio,
meu respeito
e meu amor
ou uma canção de ninar desafinada
na esperança tola
que tu possas finalmente dormir aliviada,
e acordar num mundo melhor
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