sábado, 13 de fevereiro de 2016

Canela em pó



Não sei se dramatizei demais as coisas, mas mesmo assim posso dizer que entendi. Uma hora você tem que partir.
Não Sei onde eu estava com minha cabeça tão aérea, quando pensei mesmo por um lapso de vontade febril, prender-te com paredes de expectativas infantis. Logo você, que por ser de definição tão difícil, impossível descrever sem abusar de sinestesias e por isso me chamou a atenção na hora em que te conheci.
Porque te conhecer me tomou por completo, de forma subida fiquei desperto, enquanto sua presença me preenchia, tato, paladar, visão e olfato.
Como gosto de canela, quente,  ardido, florido e envolvente
Que enrola, belisca, arranha, petisca, de sabor onipresente
E mesmo que não dance, tem samba n'alma, daqueles que Tom e Vinícius tanto cantavam. Mas também tem jazz, tango, rock, MPB , e tudo que é musical.
Por que você é assim, de rima complicada mas musica fácil, como o cantarolar de um domingo de manha, enquanto eu levo o café na cama e a luz preguiçosa do sol, que entra pelas venezianas meio fechadas, e me convence a não sair mais do quarto.
E por isso desejei também, meio sem querer, que você nunca mais saísse. A dor no peito de ouvir seus passos passando palpitantes pela porta hipotética.  Ainda mais por saber no fundo que o mundo é grande, cheio de indas e vindas. Sei que não vai demorar muito para você reconhecer seus brilhos, encantos e muito menos para que o mundo te perceba e no meio de tantas luzes cegantes, se perca de mim, nunca mais entrando por essa sala.

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